Haras Lua de Prata mostra a pujança da raça no Planalto Central | REVISTA RAÇA MARCHADOR

Haras Lua de Prata mostra a pujança da raça no Planalto Central

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Haras Lua de Prata mostra a pujança da raça no Planalto Central

Haras Lua de Prata mostra a pujança da raça no Planalto Central

Com investimentos em estrutura e animais de ponta e sucesso na reprodução o Haras Lua de Prata vem colhendo resultados expressivos na seleção do Mangalarga Marchador.  

Na virada do Século, a paixão pelo cavalo passou a se tornar muito mais que um simples hobby para Marcelo e Pedro Américo Araújo. Aos poucos, a fazenda da família, em Buritis, Minas Gerais, foi se transformando e se tornando um dos mais importante e expressivos criatórios do Mangalarga Marchador do Brasil. 

A propriedade, que fica a 230 quilômetros de Brasília, conta com mais de 40 baias, laboratório e toda a estrutura necessária para a criação e seleção da raça, o que vem se traduzindo em resultados expressivos nas pistas de todo o Brasil. 

“É uma raça que não consigo enxergar um momento de parar e os números mostram a expressão e imensidão do Mangalarga Marchador pelo Brasil”, destaca Marcelo Araújo, proprietário do Haras Lua de Prata.

Marcelo, quando você decidiu iniciar a criação e por quê?

Comecei a criar no início dos anos 2000. A gente sempre gostou de cavalos, tínhamos uma pequena chácara já com alguns animais, mas não registrados apenas para lazer. Meu pai, Pedro Américo, estava em um leilão e me deu o primeiro cavalo Mangalarga Marchador de presente quando eu ainda estava jogando futebol, chamado KANUPI DAS CARIMÃS. A partir daí começamos a montar a estrutura, fizemos quatro baias e começamos. Dois ou três anos depois, começamos a levar a criação a sério, fazer pistas e participar de eventos.

Onde o Haras está localizado e qual a estrutura para manejo e reprodução? Tem outras atividades a fazenda?

Nossa propriedade está localizada em Buritis, Minas Gerais, e fica a 230 km de Brasília, Contamos com uma estrutura de 40 baias, um laboratório e mais de 100 hectares formados de pastagens de tifton. Produzimos o nosso próprio feno para os animais e o silo para as receptoras. Na fazenda temos também um trabalho de seleção de gado Nelore P.O.  Estamos com a ideia de implantar dois pivôs, um para pode aumentar o volume da criação do gado e outro para o aprofundamento da produção de feno. 

E a equipe do Haras, como é formada?

São dois veterinários, Dr. Gustavo na reprodução que durante a estação fica em tempo integral na fazenda e um veterinário gerente, que é o Matheus responsável por toda a fazenda. Além deles, são dois apresentadores para animais montados Marcinho e Mario, dois para animais puxados Wellinton e Jesse, um tratador Jose Roberto e mais dois funcionários para ajudar nos piquetes e no plantio Denir e Kito.

Como é a estrutura para manejo e reprodução?

 Manejo da reprodução temos um veterinário que fica o tempo todo à disposição para a realização dos procedimentos. Devemos estar com 120 a 130 receptoras e a gente pretende produzir nesta estação por volta de uns 80 embriões e 20 prenheses.

A família participa da criação? 

Todo mundo participa, esposa, filhos. Durante a quarentena passamos 60 dias na fazenda, foram momentos muito bacanas. Todos, sempre que podem, me acompanham nas pistas, nas visitas às fazendas, aos outros haras, são todos muito participativos. Meu pai vai para a fazenda, pelo menos, uma vez por semana e está cada vez mais inserido na raça. Ele é o meu principal incentivador, sempre ao meu lado, apoiando com o passar do tempo vem se tornando um apaixonado também.

Quais são as principais doadoras do Haras?

A gente tem hoje 20 doadoras do Lua de Prata e mais algumas em parcerias com outros criatórios que estamos tirando embrião a meia, mas eu vou pontuar seis que eu acho principais: a Volúpia CF da Sercore, Oficina Pontal, Biruta Lua de Prata, Mineira da Lua Prata, Delicada da Lua Prata e Arábia Lua de Prata. Destaco principalmente a Volúpia e a Delicada que vieram das duas principais éguas matriarcas que são a base da minha criação a Delicada do Carrossel e Sapoti Aeroporto, expoentes da raça. 

Fale um pouco sobre o garanhão Atrevido da Morada Nova, desde a compra de cotas até reprodução e resultados. 

Eu estava com o sonho de comprar um reprodutor de um nível mais elevado do que eu tinha, não em termos de pista, mas para entrar em outro nível de criação. Eu tinha alguns cavalos em mente e o Atrevido era um deles. A gente conseguiu comprar do Haras Morada Nova, da Dra. Cristiana e do Flavinho Gutierrez. Foi um investimento que a gente fez e que deu muito certo. Foram 25 meses entre a compra, a estação de monta e os filhos saindo para pista. Levamos 3 para Goiânia e fizemos dois campeões e um primeiro prêmio, uma das potras  Reservada Grande Campeã da Raça. Isso mostra que o resultado vem sendo melhor do que a gente esperava. Estamos muito animados com a produção do Atrevido. Até porque ele é o atual Reservado Campeão Nacional Progênie de pai Jovem da raça, o que nos faz acreditar que estamos no caminho certo de tê-lo escolhido para ser nosso garanhão chefe.

Quais são seus principais produtos Lua de Prata?

 A nossa principal potra é a Famosa Lua de Prata, temos os potros; Fenômeno Lua de Prata e Furacão Lua de Prata, que são o futuro do haras, acreditamos muito neles na reprodução. Temos éguas competitivas, como a Oficina Pontal que foi 1ºprêmio de marcha na Nacional, a Biruta Lua de Prata, um cavalo que se chama Dodge Lua de Prata que é uma grande aposta nossa, uma égua para sair para as pistas, Doutora Lua de Prata que também é outra grande aposta e outros produtos da letra D, que estamos muito confiantes para estação de 2021, se Deus quiser, vai nos dar muita alegria. Além dos potros da letra F, primeira safra do Atrevido que a gente está muito confiante no desempenho deles, pois todos estão agradando muito quem nos visita.

Fale um pouco sobre o sucesso dos leilões Lua de Prata?

Os Leilões que realizamos anualmente fazendo, todos com muita liquidez e resultado de vendas surpreendente. Neste último, realizado em Setembro, nós tivemos mais de 1.200 Milhão de faturamento com liquidez e valor agregado muito bons. Um Sucesso!!

Como é ser um criador de cavalos M Marchador em Brasília, no Planalto Central? 

Eu gosto bastante. Tem muitos criadores bacanas, a turma é boa, tenho muitos amigos criadores e a gente consegue competir em alto nível. Sempre realizando boas exposições, a Granja do Torto em Brasília/DF é um parque muito bem estruturado, além de termos muitas Copas de Marcha e muitos usuários de nosso cavalo marchador. 

Qual sua visão da raça no planalto central, e em nível Nacional?

 Aqui em Brasília, o pessoal tem investido muito. Por exemplo, compramos o Atrevido da Morada Nova, o Osvaldo comprou o Zico do Yuri, junto com a Renata, o Pedro arrendou o Jogo de Alcatéia, o Caio Brasil vem sempre fazendo animais bons aqui filhos do Apache Rancho Brasil, o Rúbio com Beirute do Porto Palmeira, Santa Vitória com diversos animais de Expressão, isto só para falar da marcha batida, todos sempre com animais com resultados expressivos em pista a nível nacional.

Na minha visão, o Centro-Oeste vem obtendo resultados significativos e vem se tornando um berço muito importante do Mangalarga Marchador. À nível nacional, estamos cada vez mais crescendo e os números estão aí para comprovar. Acho que temos ainda muito para melhorar na atual gestão, nas competições, mas o crescimento está desenfreado na região, a passos largos. 

É uma raça que eu não consigo enxergar um momento para ela parar de crescer, mesmo em um ano de pandemia do Covid, tivemos resultados expressivos nos leilões e o CBM que vai ser realizado agora no final do Mês em São Paulo, fora de BH, com mais de 600 animais inscritos mostra o tamanho e a força de nossa raça. 

 

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Raça Marchador Edição 4

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