Cavaleiros e amazonas percorreram as Serras Gaúchas, no melhor cavalo de sela do mundo
Percorrer a cavalo de 30 a 40 quilômetros por dia, passando por paisagens deslumbrantes, com cânions de tirar o fôlego, em uma região que preserva a cultura campeira e as memórias dos antepassados, foram os atrativos necessários que levaram um grupo de 11 casais de criadores da raça de sul de Minas Gerais a terras gaúchas, entre os dias 6 e 13 de abril de 2024. “A gente já fez cavalgadas em várias regiões do Brasil, como Rio de Janeiro, Chapada dos Veadeiros, em Goiás, Mato Grosso do Sul, muitas dentro de Minas Gerais”, nos conta Pacheco, que faz parte do grupo de cavalgadas.
Pacheco lembra que parte do grupo já havia estado no Rio Grande do Sul, na mesma região, no município de São José dos Ausentes, em 2012. Naquela época, o anfitrião foi o proprietário de uma empresa que fazia os passeios com o cavalo Crioulo, mas o grupo optou por levar desta vez os cavalos Mangalarga Marchador para a cavalgada.
RETORNO APÓS MAIS DE UMA DÉCADA
O encanto pelo local e por tudo o que foi vivenciado à época, despertou o desejo de voltar, dessa vez, na companhia das esposas. “Já fizemos cavalgadas próximas às nossas fazendas, mas longe de casa e percorrendo longas distâncias é diferente de quando a gente vai sozinho. Além disso, as mulheres cuidam melhor da gente”, brinca Pacheco.
Doze anos depois, com organização do cavaleiro Gabilete, famoso por percorrer o Brasil e organizar cavalgadas, 28 animais foram transportados em dois caminhões, que levaram, também, todo o equipamento de montaria. Os dois motoristas dos caminhões auxiliavam ainda, no trato dos cavalos e no apoio da cavalgada, bem como arriar os cavalos e pegá-los nos pontos de parada.
A organização ficou a cargo da família da pousada Fazenda Monte Negro. “A gente acordava, tomava café ia até os pontos mais interessantes e a equipe da pousada ia com toda a estrutura pra servir almoço, churrasco, comidas típicas do Sul, às vezes no meio do mato, às vezes em outra fazenda ali vizinha.”
Previsão de chuva não se confirmou, o que proporcionou um melhor aproveitamento da cavalgada. Foram dois dias de sol que permitiram a chegada até os cânions e outros dois de tempo nublado. “Um passeio maravilhoso, não precisamos tirar a capa da sela, um clima perfeito, nem muito frio e nem muito calor”, recorda.
PRESERVAÇÃO DA CULTURA E DA MEMÓRIA CAMPEIRA
A preservação da cultura campeira e o culto ao cavalo foram pontos que ficaram marcados na memória dos integrantes da cavalgada. Pacheco destaca que muitas provas de laço são realizadas na serra gaúcha e que os trabalhos de campo são realizados sempre utilizando o cavalo.
O respeito à memória dos antepassados também encantou cavaleiros e amazonas que, ao longo do percurso, puderam ter um contato direto com a história da região. “Estivemos em fazendas que têm museus completos, muito bem montados, com acervo riquíssimo, isso mostra como o gaúcho preserva a cultura e nos faz refletir o quanto foi triste vê-los perder tantas memórias nesse período de devastação pelas chuvas”.
A volta para casa foi com um gostinho de quero mais e a sensação de que o objetivo traçado foi alcançado com louvor. “Uma cavalgada diferenciada para ficar na história e mostrar que o cavalo Mangalarga Marchador é o cavalo ideal para esse tipo de passeio, aventura, esporte.” Finaliza Pacheco