JÚLIO ANDRADE, CAVALEIRO DE RENOME NACIONAL | REVISTA RAÇA MARCHADOR

JÚLIO ANDRADE, CAVALEIRO DE RENOME NACIONAL

PROFISSIONAIS DA RAÇA

JÚLIO ANDRADE, CAVALEIRO DE RENOME NACIONAL

JÚLIO ANDRADE, CAVALEIRO DE RENOME NACIONAL

Trabalho vitorioso dentro da raça Mangalarga Marchador

São vários títulos nacionais conquistados, proprietário de CTE em Rio Manso/MG e juiz de Campeonatos de Poeiras, essa é a trajetória de Júlio Andrade, até aqui!

O município de Bonfim, na região metropolitana de Belo Horizonte, respira os ares do cavalo. Não por acaso, uma das festas mais tradicionais da cidade de pouco mais de 7 mil habitantes é, justamente, a representação da batalha entre Cristãos e Mouros, no carnaval a cavalo. Foi neste clima, por incentivo do pai, que Júlio Andrade começou a alimentar essa paixão, desde a infância. “Comecei muito novo, montando no Mirim, nas poeirinhas, através do incentivo do meu pai”.

Os bons resultados foram o combustível para que Júlio começasse a encarar com mais seriedade o universo do cavalo, sempre nutrindo a vontade de se tornar um profissional. Nessa caminhada, Júlio lembra que algumas pessoas cruzaram o seu caminho e foram determinantes na história. “O Vanderley, o Deley, que trabalhou no Muralha de Pedra, no Yuri também, um segundo pai pra mim e várias outras que, depois do meu pai, foram luz e me ajudaram muito”.

MUDANÇA DE ESTADO E VIRADA DE CHAVE

Os bons resultados nas poeiras animaram Júlio Andrade. Ele não tem dúvidas em afirmar que, além dos campeonatos conquistados, os elogios dos árbitros em provas com animais que não tinham tanta qualidade foram um indicativo seguro de que estava no caminho certo. Eu estava preparado para as oportunidades, mas não montando em cavalos bons. E quando eu comecei a montar em bons cavalos eu tive resultados mais satisfatórios.”

O primeiro trabalho em um Haras de renome foi longe de casa e da família, com apenas 17 anos de idade. “O haras Sedução, no Espírito Santo, foi uma grande escola pra mim.”

PRIMEIRO TÍTULO NACIONAL

A experiência adquirida fora de Minas Gerais foi fundamental para os resultados obtidos na vitoriosa carreira de Júlio. O primeiro título Nacional, que fez as atenções se voltarem para Júlio, veio no Muralha de Pedra, criatório que fica na cidade Natal, Bonfim. Foram duas Nacionais pelo haras e dois títulos. “O primeiro Nacional, a gente nunca esquece né?! Eu ganhei com um cavalo chamado Polo dos Coqueiros, um filho do Rayban da Santa Esmeralda, e ganhei com uma égua também, filha do Fator da Cavarú-retã, a Hanna Qualisul que se tornou multicampeã em pista”.

PROJEÇÃO E CONSOLIDAÇÃO

Depois da passagem pelo Muralha de Pedra, Júlio já tinha o respeito nas pistas, mas, na avaliação dele, a projeção no universo do Mangalarga Marchador foi conquistada no Haras Monte Branco. “Lá eu ganhei várias Nacionais para eles e posso dizer foi o lugar onde eu me despontei mais.”

A trajetória vitoriosa seguiu no Haras Slim, em Jaboticatubas, na região metropolitana de Belo Horizonte. “No Slim, eu ganhei duas Nacionais e foi o último haras onde eu trabalhei fixo.”

Júlio recorda ainda uma passagem pelo Haras Cristal PVB, com bons resultados e a relação de amizade e profissional com o Gerente do Diógenes Souza, mas em um momento difícil para o Brasil e para o mundo. “Foi na época da pandemia e não tinha tanta competição. Onde a gente foi, obtivemos bons resultados, mas não tinha tanta disputa.”

 FORMADOR DE CAMPEÕES

 As passagens de sucesso por grandes criatórios credenciaram Júlio Andrade a seguir um caminho próprio dentro da raça Mangalarga Marchador principalmente com uma característica marcante do seu trabalho: iniciar, trabalhar, aprimorar e consolidar a trajetória de um animal. Foi assim com Hanna da Qualisul conquistando três Nacionais, CBM e Reservada Campeã das campeãs brasileira. “Essa eu mesmo domei e fiz a carreira dela toda.”

Outro motivo de orgulho é o trabalho desenvolvido com Halley Morro do Sol Nascente do Haras Monte Branco, que passou de um mero desconhecido a um papa títulos Brasil afora. “Esse é especial porque eu tive a oportunidade de escolher, levar aos proprietários, não era famoso, sem domar, mas tinha uma genética boa. Então, a gente fez o cavalo, desde o começo e ganhou duas Nacionais, CBM, ou seja, foi um marco para mim.

Quando perguntado sobre as características que busca para montar um animal e trabalhá-lo, no Centro de Treinamento, Júlio é taxativo. “A gente vai sempre em busca do gesto, que é o item de mais valor na competição. Então, animais com bom gesto, com aptidão mesmo de sela, bom temperamento, isso tudo compõe para um resultado de qualidade, tudo ligado a um biotipo do bom do cavalo de média, bom de morfologia e em tudo que vai favorecer a gente.”

POEIRAS COMO PORTA DE ENTRADA NA RAÇA

Além de preparar animais em seu Centro de Treinamento, Júlio conta que já concluiu mais de uma centena de cursos ministra - dos sobre a raça Mangalarga Marchador, que o credenciaram a julgar poeiras de Marcha por todo o Brasil. Ele destaca a quantidade, mas sobretudo o altíssimo nível dos animais que participam destas provas. “Hoje, as poeiras estão com nível altíssimo, eu cheguei a julgar, em 2024, uma com 220 animais, no interior de São Paulo. Tem vários cavalos que se tornaram campeões nacionais disputando poeira”.

Júlio Andrade também destaca a evolução do Mangalarga Marchador, nos últimos anos, tanto na marcha batida, quanto na marcha Picada e ressalta a facilidade maior ao acesso a genética de qualidade. “Hoje, por exemplo, é muito fácil você ter acesso a cobertura de um cavalo consagrado, aos óvulos de éguas boas e os animais também evoluíram muito.”

VISÃO AMPLIADA

Júlio Andrade revela a importância de ter papéis distintos dentro do Mangalarga Marchador. O fato de ser um peão, que tem seu próprio Centro de Treinamento e a aptidão para realizar julgamentos revela as múltiplas facetas da raça. “Ajuda o crescimento do conjunto, você é obrigado a ter um raciocínio muito maior, te dá mais experiência e te obriga a ser mais profissional, mais exigente. Me ajudou muito ao longo da minha carreira e me ajuda até hoje.

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Raça Marchador Edição 11

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