Até o momento existem três versões do surgimento da marcha em tríplice apoio no Brasil e são elas dos hipólogos:

Lucio Sergio em suas publicações sugere de que a marcha apareceu no Brasil via os cavalos Berberes de andadura cruzados com animais Ibéricos de trote, todos trazidos pelos portugueses. Segundo ele o cruzamento com cavalos lusitanos de trote com éguas de origem berbere de andadura iniciaram os primeiros animais de marcha tripedal.

Domingos Lollobrigida diz que a marcha veio através dos cavalos indianos da raça Marwari comercializado pelos portugueses da região de Goa. A origem da marcha tripedal vem desses cavalos indianos que marcham naturalmente e que o comercio de equinos na colônia indiana de Goa era intenso e vários portugueses que foram governadores dessa região estiveram no Brasil também e assim isso facilitou essa migração genética a terras brasileiras. Algumas rotas de ligação entre Portugal e Índia passavam pelo Brasil.

Ricardo Casiush traz informações sobre a influencia do cavalo Holandês introduzido pelos mesmos em Pernambuco, cavalo esse de marcha tripedal natural, época das invasões holandesas, e da Cidade do Cabo que abastecia o Rio de Janeiro com cavalos para o jóquei do Rio de Janeiro em tempo onde a Europa estava sob domínio de Napoleão, sendo que na África do Sul a base de equinos era de animais cruzados de origem holandesa e inglesa.

Essas versões são importantes e dão matéria prima para pesquisas e trabalhos acadêmicos que podem nos dar maior clareza de onde foi à fonte da marcha tripedal que entrou em nosso território. Se formos observar as outras regiões da América Espanhola onde apareceram outras raças de marcha tripedal, notaremos de que o cavalo ibérico está ligado a todos, inclusive no Brasil e que o império espanhol também englobava as terras dos países baixos onde estava o cavalo holandês e assim esse grupo genético da marcha pode ter vindo para a península ibérica e dessa forma entrado na América.

O que podemos afirmar é que em qualquer dessas alternativas a base equina brasileira são de cavalos da península Ibérica das raças Sorraia, Garrano, Lusitano e Andaluz e assim afirmar de que todas as raças brasileiras descendem do cavalo ibérico.

A marcha tripedal se espalhou por elos ligados a atividade econômica e está próximo aos movimentos de expansão natural que ocorreram na interiorização

Brasileira. Da cana de açúcar em Pernambuco, o recôncavo baiano, o rio São Francisco, a mineração em Minas, o grande centro de comercialização de equinos de Sorocaba em São Paulo e a nova capital imperial do Rio de Janeiro fizeram com que nessas ligações a genética da marcha tripedal fosse sendo disseminada ao longo do tempo.

Em duas regiões foram formadas correntes de selecionadores, uma no Rio das Mortes com preferência na marcha picada e outra no Sul de Minas com a marcha batida. Esses núcleos foram responsáveis pela formação das raças de marcha nascidas em Minas Gerais e com registro genealógico do Ministério da Agricultura. A opção por elas se deve ao tipo de topográfica das regiões onde elas foram selecionadas. São comuns as raças de marcha ser selecionadas em regiões montanhosas.

A marcha tripedal também é selecionada no Estado de Santa Catarina e se atribui a origem dela o outro caminho diferente das raças mineiras, que foi através de expedições espanholas, visto que essa regiões em sua formação tiveram influencia da bacia do Prata e com ela a sua ligação econômico/politico.

A entrada da marcha tripedal no território brasileiro encontrou uma base de equinos ibéricos e teve na atividade econômica sua distribuição indireta e se fixou em duas regiões onde apareceram os núcleos de criadores. Apesar de escolherem focos de seleção diferentes, as duas marchas apareciam naturalmente nos ambientes distintos, pois sua genética é muito próxima. Nasciam animais de marcha picada nas criações de marcha batida e o inverso também.

Até o momento essa é a historia da marcha tripedal no Brasil.

Leonardo Fernandes