Poucas pessoas conseguem identificar, dentro do Mangalarga Marchador, o Gilberto Antunes, mas se perguntarmos pelo Beto, esse, praticamente, todo mundo conhece. Profissional carismático e reconhecido por sua trajetória vitoriosa dentro da raça, atualmente está à frente do Haras Mtostes em Itabirito/MG.
São mais de 30 anos dedicados à raça que ele conheceu no final dos anos 80, no Município de Rio Manso, região metropolitana de Belo Horizonte, sua cidade de nascimento. “Meu pai tinha uns cavalos comuns e um vizinho de propriedade começou a criar Mangalarga Marchador, foi aí que comecei a ter contato.”
O Haras saiu de Rio Manso, transferiu-se para Esmeraldas e Beto deixou a paixão pelo cavalo falar mais alto e seguiu os mesmos passos do criatório. “Surgiu a oportunidade de ser tratador e comecei, de fato, a trabalhar no manejo, ter mais conhecimento da raça e me aperfeiçoar.”
EVOLUÇÃO E RECONHECIMENTO
Até chegar a gerente de um criatório, Beto percorreu os caminhos naturais de uma trajetória dentro da raça. Foi tratador, ajudante de veterinário, apresentador de animais puxados e montados. No Haras Cana Verde do tradicional criador Oswaldo Queiroz, foram três anos formando e consolidando uma base de aprendizado e aperfeiçoamento.
No início dos anos 90, Beto conta que surgiu a oportunidade de se transferir para o Haras Yuri, em Jequitibá, na região central de Minas. Por lá, foram mais de duas décadas de trabalho e aperfeiçoamento. “Foi uma grande experiência, trabalhar em um Haras que é referência dentro da raça,” conta Beto.
Beto não tem dúvida em afirmar que o período que trabalhou no Haras Yuri foi fundamental não apenas para a evolução pessoal, como também para o reconhecimento adquirido dentro do universo do Mangalarga Marchador. Ele relembra o contato com vários profissionais, a oportunidade de fazer cursos e adquirir mais experiência. “Foi uma grande escola, fizemos vários animais, ganhamos muitos campeonatos Nacional, e pude me tornar conhecido e reconhecido, a ponto de todo mundo do cavalo hoje saber quem é o Beto.”
CONSTRUINDO UMA REFERÊNCIA
Após a saída do Haras Yuri e uma rápida passagem pelo Capim Santo, Beto chegou à Fazenda do Vale, em Itabirito, na região central de Minas Gerais, onde está localizado o Haras Mtostes. Já são 7 anos no comando do Haras como gerente, com a responsabilidade de conduzir o criatório que, em pouco tempo, obteve resultados expressivos e, sem dúvida, já pode ser apontado como um dos Hharas de referência da raça, se tornando um dos melhores criadores e expositores do Ranking Nacional.
Conquistas que Beto atribui aos investimentos feitos por Marcelo Tostes e pela relação de muito respeito e confiança estabelecida com o titular do criatório. Ele destaca a liberdade total que ele e sua equipe têm para trabalhar e colocar em prática o conhecimento adquirido ao longo de três décadas. “O patrão tem que fazer diferença junto com a equipe de trabalho e a gente reconhece isso no Marcelo. Hoje nós temos aqui uma equipe muito boa, um haras modelo com excelente estrutura para o manejo dos animais, uma equipe unida e entrosada o que proporciona qualidade de trabalho.”
Beto ressalta que sem estrutura é muito difícil se atingir os resultados almejados. “Isso é fundamental. Se o patrão não investir, se não te der condições de trabalhar com baias boas, pastos adequados, bons garanhões e doadoras, além de uma equipe coesa, não se consegue nada, não se conquista campeonatos.
Conseguimos neste tempo projetar vários campeões como: Fajardo do Timbó, Jazida de Alcateia, Uva Elfar, Tayla Elfar, Cabocla da Pao Grande, Floresta CS Caldeirões, Stela Albuquerque Fama II entre outros, assim como os animais crias da casa, Atlas Mtostes, Capricho Mtostes e os filhos de Fajardo do Timbó, Galileu, Genuína, Havana, Guardião, Herdeiro e guerrilha Mtostes.. que colocou o Haras Mtostes numa posição de destaque no ranking nacional de criadores e expositores.
MONTANDO UM GRANDE TIME NO HARAS MTOSTES
O gerente do Mtostes é categórico ao afirmar que “sozinho não se conquista nada. Mas formar uma equipe que execute da maneira ideal o trabalho, não é tarefa das mais simples. “É difícil porque você tem que ter bons profissionais em todos os setores. Montadores, apresentador de cabresto, tratadores.
“Beto destaca que essa é uma dificuldade observada em todos os criatórios, segundo ele é difícil, atualmente, encontrar pessoas que vão realmente vestir a camisa do Haras. Então, é preciso garimpar e, muitas vezes, formar os profissionais. “Já trabalhei com muitas pessoas boas, mas também formei muitos profissionais, o que é gratificante.”
Ele lembra que, em mais de três décadas, trabalhou em apenas quatro criatórios e que hoje a rotatividade é muito grande. “As pessoas não estabelecem raízes, não consolida o nome no criatório. Eu acho muito importante isso, antigamente, os peões ficavam anos e anos nos criatórios, hoje em dia, não se vê mais isso e, na minha visão, isso é prejudicial.”
Para finalizar gostaria de agradecer a todos os criadores que acreditaram no meu trabalho, bem como a raça Mangalarga Marchador.