Mais uma vez Essen se tornou a capital mundial do cavalo. Localizada no noroeste da Alemanha, a oitava maior cidade do país, com quase 600 mil habitantes, recebeu mais de 200 mil pessoas na Equitana. A maior feira equestre do mundo, realizada a cada dois anos, reuniu mais de 700 expositores de todo o mundo com pavilhões, estandes várias atrações e produtos para todos os segmentos ligados ao cavalo.

A maior raça de equinos da América Latina, como vem fazendo nos últimos cinco anos, esteve presente novamente no evento. Apesar de todas as dificuldades impostas pelas barreiras sanitárias europeias, o nosso o Mangalarga Marchador, que já foi tema da Equitana, novamente, encantou os visitantes de todas as partes do mundo.

Durante os 9 dias de feira, os visitantes também tiveram a oportunidade de participar de seminários e cursos, conferências sobre todos os aspectos que envolvem o cavalo,  concursos e competições, além claro dos shows, mais conhecidos como Horsemanship que representa o melhor relacionamento entre cavalo e ser humano.

Mangalarga Marchador presente

Foram mais de mil exemplares de todo o mundo presentes na edição 2019 da Equitana, incluindo 40 raças raras. E claro, em um evento voltado para o cavalo, a maior raça da América Latina não poderia ficar de fora. O Mangalarga Marchador marcou presença no evento.

O criador e agora Diretor de Esportes da ABCCMM, Marcelo Baptista, da AgroMaripá, esteve presente na edição 2019 da Equitana. Segundo ele, a Equitana é um evento extraordinário e sinônimo de qualidade e diversidade. “O cenário é feito e pensado para o cavalo. Ela tem tudo que você puder imaginar relacionado ao cavalo,” afirma.

Marcelo Baptista ressalta que quase todos os participantes da Equitana, de uma forma ou de outra busca apresentar o Horsemanship para o seu setor, seja a equitação de trabalho, baliza, tambores, saltos, dentre outros. “Eles levam muito a sério tudo isso, buscando mostrar como se faz de uma maneira correta.”

Experiências para a ABCCMM

Marcelo Baptista conta que se envolveu muito, durante os 9 dias de feira, com a Work Equitation, a Equitação de Trabalho. De acordo com ele, muitos conceitos já são conhecidos e a atuação, principalmente, nos temas relacionados ao esporte tem sempre como objetivo o melhor para o cavalo. “Sem chicotes, sem abusos, tudo muito ao natural e mostrando que as pessoas podem competir sem precisar bater ou colocar o cavalo em um estado que não é necessário,” destaca

O diretor de esportes para o triênio 2019/2021 afirma que a Equitação de Trabalho vai ter presença marcante durante a sua gestão, que pretende ainda fortalecer o Team Penning, modalidade esportiva de apartação de gado. 

Segundo Marcelo Baptista, impressiona a praticidade do que foi mostrado durante a Feira com montagem dos pequenos currais de ferro num tempo muito curto e de forma muito segura. “Nós precisamos sair com tudo pronto pra todo mundo, no mesmo tamanho e na mesma dimensão. Então essas provas de função que nós estamos pensando em reorganizar é no sentido da gente poder olhar o espaço como um todo, ver as formas de currais, as formas de baliza, de tambor e ter uma uniformidade,” enfatiza.

Procura pelo nosso Cavalo

As barreiras sanitárias são um forte entrave na expansão do Mangalarga Marchador no exterior. Nos países europeus, as barreiras restringem a circulação e comercialização dos animais por conta do mormo, doença infecto-contagiosa que pode ser transmitida ao homem e a outros animais. Marcelo Baptista lamenta que por causa disso tudo o que foi conquistado está jogado fora “por um erro de estratégia do governo que não sabe lidar um problema que ele mesmo criou e que nem sabemos se existe, de fato.”

Ainda assim, a busca no exterior pelo nosso cavalo é grande. Segundo, Marcelo Baptista não faltam interessados em iniciar uma criação em terras europeias. “Muitas pessoas visitam o estande buscando informações sobre o Mangalarga Marchador e perguntam se tem animais para vender. “Existe uma lista de, pelos menos, 20 ou 30 pessoas já na espera”, assegura.